Exagerou na bebida e está vivenciando um mal estar incomparável, com direito a náuseas, dor de cabeça e fadiga muscular? Então é provável que você esteja sentindo na pele os sintomas de uma intoxicação aguda por álcool, mais conhecida como ressaca.
A ressaca é uma coleção de sinais e sintomas ligados ao consumo recente e elevado de bebida alcoólica. Com ela o indivíduo normalmente sente dor de cabeça, enjoo, vertigem, sonolência, sensibilidade à luz e sede. Contudo, os sintomas, bem como sua intensidade, podem variar de pessoa para pessoa.
E quem nunca teve pelo menos uma ressaca na vida, não é mesmo? Muitas vezes, apenas o simples fato de misturar bebidas diferentes, ainda que em pequenas quantidades, já é o suficiente para que a ressaca se faça presente no dia seguinte.
Ela pode ocorrer a qualquer hora do dia, mas costuma ser mais comum pela manhã, logo após uma noite de muita bebida.
Segundo os especialistas, a ressaca costuma surgir entre 6 e 8 horas após o consumo, quando as concentrações de álcool no sangue retornam a níveis próximos de zero.
Além dos sintomas físicos a pessoa pode experimentar níveis elevados de ansiedade, irritabilidade e tristeza.
A severidade dos sintomas está intimamente ligada à quantidade de álcool consumida e se o indivíduo já dormiu o suficiente; quanto menos horas de sono, pior a ressaca. Então, cuidado com a bebedeira se você precisa trabalhar no dia seguinte, ok?!
É realmente impossível dizer quanto álcool pode ser consumido com segurança para evitar uma ressaca - depende do indivíduo e de outros fatores, como o quão cansado estava antes de começar a beber, se já estava desidratado antes de começar, se ingeriu água entre os copos de bebida e quanto dormiu depois.
Como o álcool age no organismo?
O álcool tem uma ampla gama de efeitos no corpo, muitos dos quais contribuem para os sintomas da ressaca. Alguns destes incluem:
Desidratação
Já reparou que quando bebemos temos uma tendência a ir mais vezes ao banheiro do que o normal? Não é impressão sua. O álcool inibe um hormônio que regula a atividade da bexiga, além de ter ação diurética. Como resultado o corpo fica desidratado mais facilmente, favorecendo alguns dos sintomas mais comuns da ressaca, tais como a dor de cabeça, tontura e a sede constante.
Efeitos gastrointestinais
Outro efeito do álcool é a irritação da mucosa do estômago. Isso acontece pois o ingrediente favorece o aumento da produção de suco gástrico, deixando-o mais ácido e irritado.
O consumo intenso de bebida alcóolica também pode alterar o funcionamento do intestino. Por isso, a ressaca pode vir acompanhada de náusea, vômito e diarréia.
Contudo, se você nota que uma pequena quantidade de álcool já lhe causa dores estomacais, azia e/ou refluxo, isso pode ser sinal de problemas mais graves e que merecem investigação médica.
Desequilíbrio eletrolítico
Como uma das consequências da grande eliminação de líquidos motivada pela ingestão de bebida alcoólica é comum ocorrer o desequilíbrio eletrolítico. Em resumo, eletrólitos são substâncias ionizadas essenciais para a manutenção das funções do organismo. A falta deles, por sua vez, pode colaborar para o surgimento de sintomas como fraqueza e dores de cabeça.
Efeitos no sistema imunológico
Quando você bebe, os órgãos, principalmente o fígado, passam a trabalhar intensamente para metabolizar o álcool ingerido. Com o excesso pode ocorrer uma sobrecarga, favorecendo os sintomas da ressaca.
Além disso, seu corpo pode demorar mais do que o normal para sair do modo “bêbado” e voltar a trabalhar normalmente. Consequentemente, o sistema imunológico pode ser prejudicado, resultando em náuseas, falta de concentração e diminuição do apetite.
Vasos sanguíneos dilatados (vasodilatação)
Outra consequência do consumo de álcool é a dilatação dos vasos sanguíneos, acelerando os batimentos cardíacos e elevando a pressão sanguínea. Como consequência, a dor de cabeça, que é um dos sintomas clássicos da ressaca pode surgir.
Dificuldade em dormir
Beber demais afeta a arquitetura do sono, diminuindo significativamente a sua qualidade. Assim, é comum que você acorde mais cansado ou até mesmo tenha dificuldade para dormir. Por isso, a ressaca tende a se tornar ainda mais forte e desagradável.
Por que as ressacas ocorrem?
Aproximadamente 75% dos que tomam álcool em excesso experimentam ressaca. O consumo de quantidades relativamente grandes de álcool leva a sintomas mais graves, como dor de cabeça, náusea, vômito, sede e secura da boca, tremores, tonturas, fadiga e cãibras musculares.
Frequentemente há uma queda nas habilidades cognitivas ou visual-espaciais. Outros sintomas, como taquicardia (batimento cardíaco acelerado) e alterações na pressão sanguínea, podem passar despercebidos, mas acontecem.
Embora a verdadeira causa da ressaca ainda esteja em debate pela ciência, ela parece envolver diversos fatores.
Os produtos químicos formados durante o processamento e a maturação do álcool, conhecidos como congêneres, aumentam a frequência e a gravidade da ressaca. Pacientes com ressaca mostram alterações nos níveis sanguíneos de vários hormônios, que geralmente são responsáveis por alguns dos sintomas da ressaca. Por exemplo, o álcool inibe o hormônio antidiurético, que leva ao excesso de micção e desidratação. A desidratação acentua os sintomas de uma ressaca.
Outros fatores que contribuem para uma ressaca de álcool incluem o consumo de maiores quantidades de álcool do que a pessoa pode tolerar.
Indivíduos que bebem álcool rapidamente, ou sem comida, ou sem diluí-lo com bebidas não alcoólicas, são mais propensos a desenvolver uma ressaca, assim como misturar diferentes bebidas alcoólicas.
Além disso, fumar, música alta, luzes piscantes e diminuição da qualidade e quantidade de sono podem agravar as dores de cabeça da ressaca. Assim, pode-se diminuir a gravidade da ressaca, prestando atenção à quantidade e tipo de álcool consumido, além de controlar os outros fatores mencionados.
Como evitar e curar a ressaca?
Se você chegou até aqui é provável que queira saber se existem meios eficientes de evitar a ressaca. A resposta para essa questão é cercada de mitos e senso comum, muitos deles sem qualquer comprovação científica. No entanto, existem maneiras baseadas em evidências para evitar ressacas, ou pelo menos torná-las significativamente menos intensas. Confira:
Coma algo antes de beber
Quando você ingere bebida alcóolica de estômago vazio a absorção do álcool pelo organismo é muito mais rápida, sobrecarregando os órgãos e favorecendo a ressaca.
A primeira dica para evitar estes sintomas desagradáveis no dia seguinte é sempre se alimentar antes de beber, de preferência com alimentos ricos em gordura e amido, que desaceleram a absorção da bebida pelo corpo.
Beba muita água
O álcool é conhecido por favorecer a desidratação. Apesar de esta não ser uma causa direta da ressaca, a redução dos níveis de água no organismo pode, sim, colaborar para que surjam sintomas como boca seca, dores de cabeça e fadiga muscular.
Felizmente, a desidratação pode ser facilmente evitada apenas bebendo água em abundância. Outra vantagem é que a água é um diurético, aumentando a frequência com que você urina e, consequentemente, ajudando a eliminar possíveis toxinas que estejam causando mal estar.
A dica de ouro para evitar que a ressaca dê as caras na sua manhã é intercalar cada copo de bebida com um de água. Seu organismo agradece!
Durma bem
O álcool afeta a arquitetura do sono, portanto, mesmo dormindo é comum que você acorde muitas vezes e se sinta mais cansado no dia seguinte. Além disso, se você é daqueles que bebe até tarde, as horas de sono perdidas podem contribuir para alguns sintomas comuns da ressaca.
A falta de sono ou o sono ruim, obviamente, não podem ser considerados causadores de ressaca. Contudo, ela pode favorecer a irritabilidade e a fadiga, que são companheiras fiéis de quem bebe.
Assim, ter uma boa noite de sono depois de beber pode ser uma boa alternativa para que o seu organismo se recupere. Consequentemente, caso você precise trabalhar no dia seguinte e não consiga dormir, beber demais pode não ser uma escolha inteligente.
Faça uma refeição saudável
O consumo excessivo de álcool quase sempre está acompanhado da hipoglicemia, ou níveis demasiadamente baixos de açúcar no sangue. Isso explica aquela injeção de glicose quando a pessoa tem o famoso “PT”.
Assim como nos itens anteriores, não se pode culpar a hipoglicemia pelos sintomas na ressaca, no entanto, como uma consequência da bebedeira, ela pode favorecer sintomas como fraqueza, vertigem e dores de cabeça.
Para diminuir essa sensação, ao acordar, tente resistir ao enjoo e faça uma refeição nutritiva, tão completa quanto possível. Isso ajuda a estabilizar o nível de glicose na corrente sanguínea e mandar a ressaca embora mais rapidamente.
Considere os chás e alimentos fitoterápicos
As evidências sugerem que muitos sintomas da ressaca são causados por um tipo de inflamação do organismo causada pelo excesso de álcool. Também por isso, estudos mostram que alguns medicamentos da classe dos anti-inflamatórios podem ser eficazes contra a ressaca.
No entanto, sabe-se que o uso de medicamentos também envolve efeitos colaterais, principalmente quando não há prescrição médica. Logo, apostar em alimentos e ervas medicinais pode ajudar a reduzir a inflamação e diminuir a ressaca.
Confira algumas alternativas naturais para a ressaca:
- Chá de gengibre: favorece a eliminação do álcool do organismo;
- Mel: reduz o desconforto da ressaca reequilibrando os níveis de açúcar no sangue;
- Suco de frutas: repõe as vitaminas e minerais perdidos durante o consumo do álcool;
- Suco de tomate: possui licopeno, que alivia o fígado e diminui os sintomas da ressaca;
- Água de coco: a água de coco repõe a hidratação perdida, juntamente com vitaminas e minerais essenciais para a manutenção do organismo. Mas, nada de misturar com vodka ou uísque, ok?!
Embora nenhum destes ingredientes impeça completamente a ressaca, suplementos específicos à base de plantas podem aliviar significativamente seus sintomas.
Beba com moderação
A regra é clara: quanto mais você beber, mais intensa e prolongada será a ressaca. Por esse motivo, a melhor maneira de prevenir a ressaca é beber com moderação. Lembre-se sempre: se beber, não dirija! Sua segurança vem sempre em primeiro lugar.
Com a chegada do fim de ano e o clima de festas no ar, fica fácil exagerar na bebida. Confraternização da empresa, dos amigos, da academia, da faculdade e a bebida sempre por perto.
Para prevenir a ressaca é sempre bom preparar o organismo antes mesmo da festa começar. Portanto, se você não conseguir passar em casa, vale a pena pedir aquela porçãozinha no local da confraternização.
Vale também mencionar que a bebida a longo prazo é extremamente danosa para o organismo. Logo, se você vive de ressaca, é melhor rever os seus hábitos. Dentre as doenças que podem surgir devido ao consumo excessivo de álcool estão:
1. Hipertensão
O consumo regular de bebida alcóolica pode favorecer o aumento gradativo da pressão arterial sistólica. Por outro lado, especialistas afirmam que o álcool também diminui o efeito dos medicamentos anti-hipertensivos, favorecendo o infarto, por exemplo.
2. Arritmia cardíaca
A bebida alcóolica também pode alterar o funcionamento normal do coração, resultando em arritmias como a fibrilação atrial.
3. Aumenta o colesterol
Estudos mostram que o consumo regular de bebida alcoólica pode aumentar o LDL (colesterol ruim) e diminuir o HDL (colesterol bom). O resultado é um maior risco de sofrer com problemas cardiovasculares.
4. Aumento da aterosclerose
Talvez você não saiba o que é aterosclerose, mas certamente já ouviu falar no entupimento das artérias. O consumo de álcool faz com que a parede das artérias fique mais inchada, favorecendo o acúmulo de placas de gordura. Você bebe mais de duas vezes por semana? Então visite o seu cardiologista.
Não estamos dizendo para você parar de beber. A chave para vivenciar os momentos de descontração sem abrir mão da saúde e saber identificar a hora de parar.
Conclusão
A ressaca é um sintoma comum do consumo excessivo de bebida alcóolica e a maioria das pessoas vai experimentar essa - desagradável - sensação pelo menos uma vez.
Com a chegada das festas de fim de ano, muitas pessoas já abasteceram suas geladeiras com bebidas alcoólicas diversas. Junto com elas vem a dúvida: é possível evitar a ressaca?
Como você aprendeu neste artigo, muitos dos sintomas da ressaca podem ser evitados com cuidados simples antes e durante a bebedeira. Mas, se mesmo assim você acordar com dor de cabeça, enjoo, tontura, entre outros sintomas, lembre-se de fazer uma refeição nutritiva, hidratar-se abundantemente e repousar sempre que possível.
Se os sintomas persistirem por mais de 24 horas procure um médico para uma investigação adequada. O mesmo vale caso desmaios, perdas de consciência e outros sintomas graves acompanharem a bebedeira.
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